Ética e Liderança Cristã: OS VALORES DA ÉTICA

sábado, 31 de março de 2007

OS VALORES DA ÉTICA


“Como o homem imagina em sua alma, assim ele é”.
(Provérbios 23:7)

Esta passagem reflete uma verdade fundamental da vida e da existência: nós somos e agimos de acordo com aquilo em que acreditamos. Este ponto é fundamental para podermos entender a principal diferença entre a maneira cristã de ver o mundo e outras cosmovisões, em particular, no que tange à ética ou à tomada de decisões.

TOMANDO DECISÕES

Todos nós tomamos, diariamente, dezenas de decisões, resolvendo aquilo que tem a ver com nossa vida, com a vida da empresa e a de nossos semelhantes.

Ninguém faz isso no vácuo.

Antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções. Hoje, sabe-se que, em quase nenhuma área do saber, é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados por aquilo em que cremos.

Quando elegemos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores e noções de é certo ou errado. É isso que chamamos de ética: o conjunto de valores, ou padrões, a partir dos quais uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.

Cada um de nós tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciado decisivamente nossas opções.

AS ALTERNATIVAS ÉTICAS

Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental.

As chamadas éticas humanísticas tomam o ser humano como seu princípio orientador, seguindo o axioma de Protágoras, "o homem é a medida de todas as coisas".

O hedonismo, por exemplo, ensina que o certo é aquilo que é agradável. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. O individualismo e o materialismo modernos são formas atuais de hedonismo.

Já o utilitarismo tem como princípio orientador o que for útil para o maior número de pessoas. O nazismo, dizimando milhares de judeus em nome do que era útil, demonstrou que na falta de quem decida mais exatamente o sentido de "útil", tal princípio orientador acaba por justificar os interesses de poderosos inescrupulosos e o egoísmo dos indivíduos.

O existencialismo, por sua vez, defende que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos.
Seu principio orientador garante que o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte. O existencialismo é o sistema ético dominante na sociedade moderna, que tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual.

A ética naturalística toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e desaparecer na medida em que a natureza evolui. Logo, tudo o que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto é certo. Numa sociedade dominada pela teoria evolucionista não foi difícil para esse tipo de ética encontrar lugar. Cresce a aceitação pública do aborto (em caso de fetos deficientes) e da eutanásia (elimina doentes, velhos e inválidos).

Os cristãos entendem que éticas baseadas exclusivamente no homem e na natureza são inadequadas porque:

  • não fornecem base sólida para justificar a misericórdia, o perdão, o amor e a preservação da vida;
  • estão em constante mudança e não têm como oferecer paradigma duradouro e sólido;
  • tanto o homem quanto a natureza, como os temos hoje, estão profundamente afetados pelos efeitos da entrada do pecado no mundo.

A ÉTICA CRISTÃ

A ética cristã, por sua vez, parte de diversos pressupostos associados ao Cristianismo histórico. Tem como fundamento principal a existência de um único Deus, criador dos céus e da Terra. Vê o homem não como fruto de um processo natural evolutivo (o que o eximiria de responsabilidades morais), mas como criação de Deus, ao qual é responsável moralmente.

Entende que o homem pecou, afastando-se de Deus. Como tal, não é moralmente neutro, mas naturalmente inclinado a tomar decisões movidas, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo (por natureza, segue uma ética humanística ou naturalística).
Acredita, porém, na possibilidade de mudança de orientação mediante mudança da sua natureza.

A vontade de Deus para a humanidade encontra-se na Bíblia. Ela revela os padrões morais de Deus, como encontramos nos 10 mandamentos e no sermão do Monte.
Mais que isso, ela nos revela o que Deus fez para que o homem pudesse vir a obedecê-lo.

A ética cristã, portanto, é o conjunto de valores morais baseados nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo.

CONCLUSÃO

Como membros de uma universidade confessional que professa o cristianismo histórico, é importante que entendamos os valores e as crenças que estão por detrás dos processos decisórios e dos alvos da instituição.

Como membros de uma universidade confessional, devemos sempre guiar nosso labor acadêmico e administrativo pelos valores do Cristianismo.

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