Ética e Liderança Cristã: A Ética do Reino de Deus

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A Ética do Reino de Deus

Rodolfo Garcia Montosa

Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças. Ame os outros como você ama a você mesmo.
(Marcos 12.28-34).

Todos os dias tomamos diversas decisões em nossas vidas. Toda decisão por uma determinada opção em detrimento de outra acontece com base em nosso conjunto de crenças e valores do que pensamos ser certo, ou errado. A isso chamamos de ética. A palavra “ética” vem do grego ethos que significa modo de ser, caráter, comportamento e inclui hábitos, costumes e práticas. A ética não nos faz entrar no reino de Deus, mas o reino apresenta uma ética própria e bem definida. Dentre muitos padrões éticos exigidos na Bíblia, Jesus apresenta um resumo de três principais pilares da ética do reino de Deus.
O primeiro pilar diz respeito à ética para com Deus. Aqui está o comportamento mais importante apresentado por Jesus recitando o Pentateuco (Dt 6.5). O comportamento citado é de amarmos o Senhor com tudo o que temos e somos em primeiro lugar. De fato, o temor ao Senhor é o princípio de toda a sabedoria para se viver (Jó 28.28; Sl 111.10; 112.1; Pv 1.7; 9.10; Ec 12.13). O comportamento correto diante de Deus precede e dirige nosso comportamento perante tudo o que ele criou, quer sejam pessoas ou toda a natureza.
Outro importante pilar diz respeito à ética para comigo mesmo. De um lado, vemos muitas pessoas que não se amam, não se cuidam, agridem-se a si mesmas com palavras ou fisicamente. Em extremos, recusam cuidarem de si mesmas até nos aspectos mais elementares de higiene e aparência. Por outro lado, vemos muitas pessoas que se cuidam com tanta intensidade como se fossem os únicos seres humanos sobre a face da terra. Vão ao extremo da vaidade e da busca insaciável da estética e do bem estar. Mas, amor próprio, segundo a ética do Reino, deve ser equilibrado. O primeiro fundamento para o equilíbrio do amor próprio está na compreensão e aceitação do grande amor que o Pai Celestial tem por mim (Jo 15.16; 1 Jo 4.10 e 19). Quando entendemos a profundidade do amor do Senhor por nós somos libertos de todo desamor próprio. O outro fundamento é que devo amar a mim mesmo na mesma intensidade que amo ao próximo. Quando compreendemos que a ética do reino inclui o outro no mesmo nível que o amor próprio, somos libertos de uma vida egoísta, hedonista e utilitária em relação aos outros.
Por último, temos a ética para com o outro. As relações sociais são muito desafiadoras para o comportamento ético. De um lado, implica em não fazer ao outro o que não gostaríamos que o outro fizesse conosco. Por outro lado, significafazer ao outro o que queremos que o outro faça a nós. Alguns verbos são tão poderosos quanto desafiadores: perdoar, ouvir, tolerar, apreciar, suportar, abençoar, respeitar, submeter-se, compartilhar, dentre muitos outros. Na verdade, inúmeros são os textos bíblicos que trazem o padrão ético do reino de Deus para nosso comportamento em relação às outras pessoas (At 4.32; Rm 15.1; 1 Co 13.7; Gl 6.2; Ef 4.2,3; 5.1-2; Fp 2.3; 1 Ts 5.14; 2 Tm 2.24-26; Tt 3.2).
O padrão ético do reino de Deus pode ser visto e estudado na vida de Jesus. Não só falou, mas viveu integralmente o padrão ético do reino. Uma pergunta muito simples que poderia nos ajudar a encontrar o comportamento ideal em cada circunstância, segundo a ética do reino de Deus, seria: em meu lugar que faria Jesus?

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site www.institutojetro.com

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